Quando Ryan Reynolds disse que faria um filme do Mercenário Falastrão, para se redimir do fiasco de sua aparição como o descaracterizado anti-herói na esquecível 1ª aventura solo de Wolverine em X-Men Origens- Wolverine, muitos duvidaram que o ator conseguisse trazer as telonas o personagem da maneira que ele sempre foi retratado e adorado nos HQs. Superando todas as expectativas o personagem está com tudo que ele sempre representou, suas principais características amadas pelos fãs e estrelando o seu 2º filme!
Muito desta jornada para levar este projeto adiante, da maneira como deveria, está sendo feito graças a determinação de Ryan Reynolds, que, trabalha neste projeto há mais de 10 anos para torna-lo possível e nos presentear com mais um filme do Mercenário que é igualmente explosivo, divertido e bom quanto o 1º longa.
Deadpool 2 é ligeiramente maior que o 1º, porém sem a pretensão de ser grandioso, motivo que leva muitas sequencias de franquias a caírem de qualidade e acabarem fracassando. Este acaba sendo um ponto extremamente positivo do filme, que ao deixar de lado a megalomania dos heróis salvando o universo, ele apenas deixa a coisa em uma escala menor, mais intimista e local. Focando nos personagens e em expandir o seu próprio universo, agregando mais coadjuvantes (sem exageros) e nas relações entre eles, assim como nos motivos e motivações que são melhor exploradas e trabalhadas.
Uma das receitas para o bom 2º filme de Deadpool é simplesmente pegar o melhor das características do personagem no 1º filme e expandir, potencializando ao máximo elas, como por exemplo o excelente uso da Quebra da Quarta Parede, gerando ainda mais boas referências e zoeiras ao universo da cultura Pop.
Atrelado a isso temos o carisma e toda a dedicação do ator Ryan Reynolds, que lutou e se comprometeu há mais de 10 anos com o projeto para levar o personagem como ele realmente deveria ser desenvolvido. Diretamente das páginas dos quadrinhos para a telona, isso rendeu um excelente início de franquia com o 1º filme e agora um 2º com este mesmo comprometimento e respeito à obra original e aos fãs.
Neste 2º filme aparece pela primeira vez o personagem Cable, vivido por Josh Brolin, que ganhou uma adaptação visual muito fiel as HQs. As suas origens e mitologia ganharam uma simplificada em relação às páginas dos quadrinhos, porém mantém a essência do personagem que no longa faz o papel exato do contraponto mais sério e pesado em relação ao descompromisso e loucura de Deadpool, gerando muitos momentos de divertidas piadas onde Cable serve de “escada” para as zoações e referências ao universo Nerd.
Além de Cable que foi pré-anunciado na cena pós-créditos do 1º filme pelo próprio Deadpool, temos como destaque deste 2º longa a personagem Dominó, vivida por Zazie Beetz que é explorada de forma excelente em relação aos seus poderes: alteração das probabilidades ou simplesmente renomeado no longa para “sorte”, que, geram momentos e situações muito boas, tanto visual quanto de humor para ação no longa e para as piadas de Deadpool.
A ação coreografada das lutas em Deadpool 2, é outro ponto positivo do longa, com a possibilidade de ampliar e mostrar mais das habilidades e o nonsense do personagem em meio a ação. Assistimos assim bons momentos em que podemos ver o quanto o diretor David Leitch, consegue encenar e capturar em detalhes estes momentos e deixá-los com peso e impacto, dando um bom contraponto ao tom cômico e descompromissado do filme.
Entretanto Deadpool 2 também tem seus pontos fracos, um deles é o arco dramático do longa que por mais corajoso que tenha sido, logo de cara, foi também, algo de certa forma clichê dos vários filmes de heróis e de ação! O herói atormentado e impactado por um ocorrido que sofre e se consome na amargura, para depois se reerguer e conseguir a redenção, tudo como uma cartilha básica para um filme destes funcionar. Porém é o típico roteiro e motivação que não funciona para Deadpool que justamente tem este tom mais descompromissado com tudo e para fazer valer esta premissa, acaba perdendo o peso dramático por conta das características do próprio personagem e do seu humor ácido.
Outro ponto negativo de Deadpool 2 fica por conta dos efeitos em CGI (computação gráfica), que visivelmente recebeu menos atenção neste 2º filme em relação ao 1º longa. Gerando momentos realmente destoante entre o efeito e a cena, que por vezes, incomodavam e saltavam demais aos olhos e tiravam sua imersão no momento, por mais suspensão de descrença que se tenha na cena.
No geral em Deadpool 2, mesmo com suas dificuldades, entrega o que se propõe e promete um filme de um personagem que nas HQs não se compromete a ser profundo, tem sua veia cômica bem definida e forte e que sabe usar um de seus “poderes”, a Quebra da Quarta Parede, para fazer humor seja com o mundo pop, ou ele mesmo, gerar críticas a momentos da própria história ou do mundo em geral. O filme entrega uma experiência realmente divertida, com bastante ação, uma trama que não é pretensiosa demais e um ótimo entretenimento, ou como ele mesmo diz no próprio filme: “Deadpool 2 é um filme mais, família…”(se é que podemos dizer com a censura, antes 18 anos, e agora 16, hahahahahahaha…)
Trailer
Deadpool 2, que conta com direção de David Leitch, e roteiro da dupla Rhett Reese e Paul Werneck, conta em seu elenco com, Ryan Reynolds, Josh Brolin, Zazie Beetz, Morena Baccarin,Paul Wernick, Rhett Reese, Rob Liefeld, Fabian Nicieza, dentre outros, já está em cartaz nos cinemas.