Diablo, o game, é um clássico indiscutível. Jogabilidade simples, personagens que também não possuem uma complexidade Shakesperiana, mas não há como negar que o jogo é atrativo. Evoluir com seus personagens através de um cenário de caos, morte e mal, combater a essência do que é ruim, faz com que o jogador não queira se distanciar da tela. Junte a isso armaduras raras, encontradas peça por peça, um cubo capaz de recriar objetos e um velho sábio que lhe presta auxílio e pronto: você terá uma breve noção do que é ser um guerreiro do bem que busca, mesmo ao custo da própria vida, destruir a trindade formada por Diablo, Belial e Mephisto.
A EVOLUÇÃO DA TRAMA:
Deckard é uma mistura equilibrada entre um mago e um sábio. Não esperem encontrar um necromante, guerreiro ou algo parecido. Cain é apenas um estudioso que demorou a aceitar seu papel no palco de guerra. Por meio de suas manias e a desconfiança dos ensinamentos que seu pai lhe deixou, ele ainda não está preparado totalmente para enfrentar os representantes das trevas, entre eles o Sombrio, um homem que tem seu corpo usado como invólucro para um demônio (o maligno Belial, o Senhor das Mentiras) que ganha forças às custas de muitas, muitas mortes.
Deckard e o Sombrio estão fadados ao duelo, cada um motivado por uma busca diferente, porém ambas com um ponto em comum: a jovem Leah, uma menina que tem poderes incalculáveis. Leah é a peça que traz de volta um pouco da humanidade do homem que dedicou sua vida aos estudos, largando para segundo plano muitas coisas que amava.
INTERLÚDIO PARA DIABLO III:
Resumidamente, o livro é um interlúdio, um intervalo para o game. O que não implica em dizer que se torna enfadonho. Há ação, violência, mortes, atos heróicos e uma tensão típicos do game, porém com uma infinidade de detalhes que ampliam o universo da trilogia.
Aliás, para os fãs dos jogos, esse é um complementos aguardado, principalmente por clarear duvidas. Descobrimos mais sobre Cain, Leah e um misterioso monge, Mikulov. Mas é válido frisar que a trama trata sobre o passado e futuro de Deckard Cain, dando uma maior amplitude ao sábio que teve pouco revelado sobre si na série de games.
O livro passa por vários pontos já vistos nos jogos e cita também outros bem conhecidos. Desde Kurast até Tristam. As localidades estão muito bem descritas e reforçam a narrativa e as cenas. Mesmo para quem não conhece absolutamente nada de Diablo, é possível situar-se e imaginar cada lugar e viver as emoções junto com os personagens.
NATE KENYON:
O escritor mostrou que sabe realmente adaptar algo relativamente vago para uma realidade literária mais consistente. Deckard, Leah, Mikulov e todos os demais personagens são verossímeis, guardadas as devidas proporções quando o assunto é literatura fantástica. Há fluidez na escrita e não percebi lacunas dentro da trama. Por se tratar do primeiro livro que li dele, não posso afirmar que temos já um grande autor, porém é certo que talento não falta.
Quanto ao terror existente no livro, ele beira mais o suspense que o já usual medo provocado pelo escatológico. Passagens pesadas e violentas são comuns na trama, mas nada próximo de algo gratuito, feito apenas para chocar.
CONCLUSÃO:
Mais do que um livro para complementar um game – Diablo III: a Ordem – é uma ampliação real da mitologia criada pelos idealizadores da Blizzard. Fico na esperança de que surjam novos livros baseados neste rico universo, desde que mantenham a mesma qualidade ou superior.
DADOS TÉCNICOS:
I.S.B.N.: 9788501401243
Cód. Barras: 9788501401243
Reduzido: 4259998
Altura: 23 cm.
Largura: 16 cm.
Edição : 1ª/2012
Idioma : Português
Número de Paginas : 350